O Instituto do Meio Ambiente (IMA) de Alagoas investiga uma denúncia contra uma empresa que faz coleta de lixo hospitalar na capital alagoana. Um vídeo encaminhado ao órgão levanta a suspeita de que a AMSCO Ambiental e Serviços Ltda estaria depositando lixo contaminado em área não permitida, fora dos limites da capital (assista ao lado).
A denúncia, encaminhada ao IMA em maio deste ano, mostra um caminhão com a marca e telefones da empresa saindo de uma estrada vicinal e entrando em uma rodovia. O diretor-presidente do IMA, Adriano Augusto, informou que investiga o que o caminhão da empresa fazia naquela região. Para o IMA, o local onde o caminhão está saindo parece ser a entrada do lixão do município da Barra de São Miguel, no Litoral Sul do estado. “Ainda está sendo investigado. Pelo que foi analisado pelo técnico, parece se tratar do lixão daquele município, mas isso ainda será investigado com mais cautela”, ressaltou.
A AMSCO Ambiental nega ter sido responsável por qualquer descarte de lixo de forma irregular. Segundo a empresa, não há nenhum registro de que um caminhão da AMSCO trafegou por vias da Barra de São Miguel. “Posso garantir que, mesmo que um caminhão da AMSCO esteja trafegando em vias fora de Maceió, ele vai estar vazio. Temos como comprovar que o descarte de lixo pela empresa é feito de forma correta. Essa denúncia não tem fundamento”, informou o gerente operacional da empresa, Cícero Cardoso.
Apenas duas empresas podem atuar na coleta, tratamento e destinação final dos resíduos de serviços de saúde, o lixo hospitalar no estado. Destas, somente uma pode atuar em todos os municípios. A AMSCO perdeu a licença do IMA porque não tinha, segundo o órgão, condições de atuar em todo o estado, mas, segundo a Secretaria Municipal de
Proteção ao Meio Ambiente (Sempma), ela possui licença para fazer a coleta em Maceió, desde que os resíduos sejam depositados no aterro sanitário da capital. Cardoso reafirma que todas as normas ambientais exigidas são cumpridas e que o descarte do material, após o processo de autoclavagem, é feito sempre no Aterro de Maceió. “A empresa trabalha há dez anos com lixo hospitalar e sempre prezou pelo trabalho correto. Temos as licenças ambientais e fazemos o descarte corretamente, não haveria a necessidade de levar isso a outro lugar”, falou.
Caso seja comprovado que a empresa cometeu a infração, ela e o município onde fica o lixão poderão ser penalizados. “A empresa não está autorizada nem a trafegar com o lixo em vias fora da capital, quando mais fazer o depósito”, disse o diretor-presidente do IMA.
Em janeiro deste ano, uma fiscalização realizada por diversos órgãos de Saúde e de Proteção ao Meio Ambiente, notificou e multou a AMSCO por descarte irregular de lixo hospitalar e lixo comum. O motivo, segundo a Superintendência de Limpeza Urbana de Maceió (Slum), foi porque a empresa recolhia o lixo e o descartava em um galpão no município de Rio Largo, região metropolitana de Maceió, quando deveria levá-lo para o aterro sanitário.
A Prefeitura da Barra de São Miguel informou que não tem conhecimento de nenhuma denúncia sobre o descarte de lixo hospitalar no lixão do município. De acordo com a assessoria de comunicação, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente faz vistorias constantes na área do lixão e nunca foi encontrado material proveniente de hospital.
Coleta regular é insuficiente no estado
Um levantamento feito pelo IMA este ano apontou que mais de 70% do lixo hospitalar produzido em Alagoas não têm a destinação correta. De acordo com o diretor-presidente do IMA, Adriano Augusto, foi feita uma pesquisa que identificou que o lixo produzido em hospitais e clínicas é bem maior do que o que as duas empresas coletam. “Isso é uma preocupação muito grande quando pensamos para onde esse material é levado.
Muitas denúncias e até flagrantes do IMA já identificaram material de resídio de saúde em lixões misturados com o lixo comum”, falou. Segundo o IMA, o risco do descarte irregular do lixo hospitalar é grande para a saúde de quem vive na região. “Dependendo do volume despejado, a área pode ser contaminada. E isso prejudica quem trabalha no lixão e todo seu entorno”, alertou Augusto.
Fonte: http://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2014/07/ima-investiga-denuncia-de-descarte-irregular-de-lixo-hospitalar-em-al.html
Postado em: 13, abr, 2016