Estudo da Cetesb alerta: Vale tem 325 áreas contaminadas



Do total de áreas poluídas, 258 estão em postos de combustíveis, contaminados principalmente pelos produtos do próprio comércio

A Região Metropolitana do Vale do Paraíba tem 33 das suas 39 cidades com áreas contaminadas identificadas pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), que divulgou um relatório sobre o monitoramento desses locais. A região tem 325 áreas comprovadamente poluídas ou contaminadas por substâncias ou resíduos que foram depositados, acumulados, armazenados, enterrados ou infiltrados de forma planejada, acidental ou até mesmo natural.

“Os contaminantes podem concentrar-se logo abaixo da superfície e nos diferentes compartimentos do ambiente, como no solo, sedimentos, rochas e águas subterrâneas, além de poderem concentrar-se nas paredes, nos pisos e nas estruturas de construções”, informou a Cetesb, em nota. Locais. Do total de áreas contaminadas, 258 (79,4%) estão em postos de venda de combustíveis que, segundo a Cetesb, foram contaminados principalmente por produtos comercializados ali, como combustíveis líquidos e solventes.

As indústrias representam a segunda maior parcela das áreas de contaminação, com 53 (16,3%) do total. Nelas, as substâncias contaminantes variam de metais, solventes e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, produzidos pela combustão incompleta da matéria orgânica e que podem ser cancerígenos. Comércios e terrenos com resíduos representam 4,3% da totalidade, com 14 áreas identificadas na região. Entre as grandes empresas da RMVale listadas pelo relatório da Cetesb, estão Petrobras, Monsanto, e outras de grande porte. Todas elas têm áreas em processo de recuperação.

Estudo.
A Cetesb divulgou em maio de 2002, pela primeira vez, o levantamento das áreas contaminadas. Naquela época, foram identificadas 255 áreas em todo o Estado. Após a última atualização do registro, em dezembro do ano passado, o número saltou para 4.771 áreas contaminadas, crescimento de 1.870%. “O aumento no número de áreas cadastradas observado na relação de áreas contaminadas e reabilitadas demonstra o esforço na identificação de novas áreas”, disse a Cetesb.

Os locais contaminados se dividem principalmente em quatro categorias: áreas com risco confirmado à saúde e ao meio ambiente, lugares ainda sob investigação, áreas em processo de recuperação e locais monitorados para serem interditados. Risco. Na região, a Cetesb constatou 27 áreas (8,3%) com risco confirmado, outras 75 (23%) sob análise e 155 (47,7%) em recuperação. As que são monitoradas para encerramento são 68 (21%). “Conforme o estado de contaminação, pode agravar a saúde da população que vive no entorno das áreas e trazer implicações desastrosas para o meio ambiente”, disse o ambientalista José Moraes. Posto de gasolnia em São José dos Campos.

Foto: Marcelo Caltabiano

Ana Lígia Dal Bello e Xandu Alves São José dos Campos


Postado em: 13, abr, 2016

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