A Prefeitura de Mogi das Cruzes tem até o final de julho para entregar à Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) uma investigação confirmatória de contaminação das águas subterrâneas por necrochorume na região do Cemitério de Sabaúna.
Esse tipo de avaliação, na verdade, está sendo solicitada pelo órgão a diversos municípios e em determinados cemitérios escolhidos por meio de um levantamento baseado nas características deles, tais como localização e impacto ambiental.
Na Região, além de Mogi das Cruzes, Ferraz de Vasconcelos e Suzano também terão de fazer o estudo. Segundo a Cetesb a medida visa atender ao que prescreve a legislação ambiental que em 2002 estabeleceu que as necrópoles existentes antes dessa data devem necessariamente proceder ao licenciamento. Por isso, a companhia realizou a seleção dos empreendimentos que deverão fazer a investigação confirmatória de contaminação nesse primeiro momento, mas a intenção é a de que todos os estabelecimentos do Estado de São Paulo passem pela análise.
Segundo a Cetesb, os cemitérios foram selecionados a partir de um levantamento, com a exigência de apresentação de um plano de controle, com foco na questão da investigação de áreas contaminadas. Cada cemitério recebeu uma pontuação para cada um dos atributos selecionados, sendo que, quanto maior a pontuação total atingida maior seria a probabilidade do empreendimento ser considerado suspeito de contaminação.
No caso do Cemitério de Sabaúna, construído em 1910 e que tem, atualmente, 1,8 mil sepulturas, realizando uma média de 20 enterros por ano, a escolha se deu, especialmente, porque o lençol freático naquele ponto é menos profundo. O fato de existir, nas proximidades do cemitério, um corpo d’água, o Córrego de Sabaúna que desemboca no Rio Paraíba, também foi levado em consideração. “Por esse motivo, a Prefeitura de Mogi das Cruzes já foi notificada, tendo prazo até o final do mês de julho próximo, para apresentar da investigação confirmatória exigida”, explicou o órgão, em nota oficial. Além de Sabaúna, os cemitérios da Saudade e Cambiri, ambos em Ferraz, e o São João Batista, em Suzano, também serão investigados nessa primeira fase.
Caso seja descartada a contaminação, as prefeituras devem manter o monitoramento, mesmo assim, por dois anos consecutivos. Já se for confirmada a poluição de solo ou de água subterrânea, os municípios devem prosseguir com uma investigação detalhada, análise de riscos e, dependendo das probabilidades de contaminação, a remediação em si. Todo o procedimento, apesar de ser feito por empresas de engenharia ambiental que as prefeituras precisam contratar, terá o acompanhamento da Cetesb. Em Mogi, segundo o secretário municipal do Verde e Meio Ambiente, Romildo Campello, a primeira fase do estudo já está sendo realizada, que é entrega de informações sobre o cemitério, como número de jazigos e sepultamentos. Ele disse, ainda, que a previsão é a de que até o final de maio seja feita a chamada para que empresas interessadas possam participar do processo licitatório e, enfim, a análise de solo e água comece. (Sabrina Pacca)
Fonte: http://www.odiariodemogi.inf.br/cidades/cidades/23213-cemiterio-de-sabauna-tera-analise.html
Postado em: 13, abr, 2016